domingo, novembro 12, 2006

Rua do Cabresto, nº 31

A transformação é um dado adquirido. Um dia, de tanto passar na Rua do Cabresto, dou de caras com o número 31. Uma porta verde esperança, com janelas que reflectem o azul céu. Uma casa tão composta, bem mais rica que os números vinte. Não tão firme como os quarentas um pouco mais acima.
Nós somos o que herdamos dos genes, e tudo aquilo que vamos recolhendo ao longo da vida.
É nesta recolha que está a ciência da coisa. Por outras palavras BAGAGEM.
O problema surge quando nos colocam "toneladas" de bagagem de uma só vez. O nosso corpo está habituado a ir aumentando o peso, mas de uma forma gradual. Quando recebemos muitas malas ficamos confusos, não sabemos onde arrumar o quê e não nos podemos dar ao luxo de perder algumas delas.
Questão: Então o que fazer?
- Simples... Recorre-se aos amigos. Haverá alguém que nos ajudará a equilibrar a carga. Por vezes até nos levam uma ou duas malas, durante algum tempo, até nos equilibramos.
Por isso meus amigos, sejam amigos.

domingo, outubro 22, 2006

A __..-º-..__ M A R

Vejo um mar, vejo ondas
Uma sucessão de águas
Entrelaçadas por flores de espuma
Um mundo de ti

Uma vela acesa num farol
Uma vela rasgada
Num barco à deriva
Uma esperança de ver terra

Brisa que beija as dunas
Dança de juncos e areia
Sopro de vida
Num imenso azul

Sol torrado de Outono
Calor de uma gaivota
Som de uma luz distante
Magia num espelho

terça-feira, outubro 17, 2006

Sol da minha vida


De todos os "sois" de Sintra este é, decididamente, um dos mais bonitos.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Hoje

Hoje acordei,
Hoje andei, corri
Hoje ri
E amanhã?

domingo, outubro 08, 2006

Espera-me

Nas praias que são o rosto branco das amadas mortas
Deixarei que o teu nome se perca repetido
Mas espera-me;
Pois por mais longos que sejam os caminhos eu regresso


Sophia De Mello Breyner Anderson

quarta-feira, outubro 04, 2006

S 7 E 7 T 7 E


Sete meses que se equivaleram a sete anos.

Sete vidas tem a Mia.

Sete minutos que me doeram por sete séculos.

Sete pétalas tem o meu coração, todas com o mesmo nome.

terça-feira, setembro 26, 2006

Nunca trocaria 7 anos no Tibete por 7 minutos com os Amigos

É nas alturas de maior incerteza que a palavra amigo faz mais sentido. Não é que eles não estejam sempre lá, estão, e nós sabemo-lo. Mas o sentir é tão mais profundo, quanto maior é o turbilhão na nossa cabeça. Escrevo porque me doi a alma, turva-se o sentimento, desvanece a alegria. Sete minutos com os amigos, não resolvem os males do meu mundo. Mas aclaram o meu eu, e soltam a gargalhada, a lágrima e a respiração.
Obrigado por me levarem ao Tibete e mais além...

domingo, setembro 24, 2006

Nunca s'tá

Adoramos fazer planos. Maquinamos tudo até ao ínfimo pormenor. Consultamos a "aura", lemos as estrelas, afastamos os caprinos, enfim...
Na altura de por tudo em prática é que vem o imponderável. Há sempre uma pequena parte que não controlamos. O chamado "Q", a sorte, o vento, a temperatura, ou pior as rasteiras que a vida nos passa. Ganhamos a consciência de que nunca se está preparado para. Nós até tentamos, e a vida, ensina-nos muito. Ó se ensina! Mas por muito saber acumulado que se tenha, chegamos sempre à degradante conclusão, apoiados na "aura" e sob o risinho irritante do caprino que: Nunca se está... Em português corrente: Nunca s'tá.
Esta maquinação prévia, até ajuda a contornar a situação, mas quando não há maquinação e somos apanhados pelo NST. Só nos resta dizer a plenos pulmões: "... Não estava..."
Nota: NST - Nunca s'tá